Cleide da Silva Deodato1
Ms. Sandra Terezinha Urbanetz2
RESUMO
Este artigo vem discutir as relações entre afetividade e aprendizagem, abordando a primeira como fator influente para se obter a segunda. Para isso, buscou-se: contextualizar o tema historicamente a luz de autores diversos, ampliar a discussão ao refletir sobre os termos afetividade / emoção e aprendizagem / cognição. E através das pesquisas e experiências de autores da atualidade apresentar algumas estratégias para trabalhar de forma mais satisfatória e atingir melhores resultados, ao se constatar o valor afetivo-emocional para uma aprendizagem cognitiva mais eficaz. Palavras-chave: afetividade. aprendizagem. cognição. emoção.
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RELATIONS: LEARNING – AFFECTIVITY
SUMMARY
This article presents the relationship between affection and learning process and approaches the former as an influent factor to obtain the latter. Thus, the main goal of this study is to contextualize this theme historically in the light of many different authors as well as to extend the discussion about affection / emotion and learning process / cognition, and through some researches and experiences of nowadays authors, to show some good strategies to improve and get better results taking into account the values of affection and emotion in order to make the learning process more efficient. Key-Words: Affectivity. Learning. Cognition. Emotion.
1 Graduada em Pedagogia pela Universidade Tuiuti do Paraná, Habilitação em Educação Inclusiva pela Universidade Centro-oeste – Unicentro, Atualmente cursando Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade Internacional de Curitiba. 2 Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Tuiuti do Paraná (1991) e mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (2000). Atualmente é doutoranda na Universidade Federal do Paraná, na área de educação e trabalho e é professora e coordenadora do Curso de Pedagogia da Faculdade Internacional de Curitiba.
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1. INTRODUÇÃO
De acordo com Bossa (2000) as dificuldades de aprendizagem são o principal campo de estudo da Psicopedagogia. Diante desse fato, entendemos que o estudo da relação entre aprendizagem e afetividade se relaciona diretamente com o campo de estudo psicopedagógico. Professores, pais e educadores intuitivamente, percebem a importância da afetividade no processo da educação. Mas, diante de um Sistema Educacional que privilegia o racional, é comum observar no meio educacional, que envolve pais e professores, principalmente, a ênfase que se dá para a aprendizagem cognitiva, deixando no esquecimento, a aprendizagem afetiva. As famílias procuram saber como está o desenvolvimento cognitivo de seus filhos na escola. Percebe-se isso, claramente, quando se ouve perguntas como: — Professora, me fale como estão às notas de meu filho? — Ele é dedicado, participa das aulas? A preocupação se concentra em apenas ter altas notas como padrão de bom desempenho. Se as notas não se apresentam conforme o esperado, toda atenção volta-se para a hipótese de se considerar uma dificuldade de aprendizagem a nível cognitivo. Raramente, pode-se observar preocupação quanto aos aspectos afetivos estarem presentes neste desempenho insatisfatório. O homem, desde muito tempo procura entender como ocorre o processo de aprendizagem. Este processo de estudo que era abordado a princípio pela filosofia e a psicologia, tem na atualidade contribuições significativas da neurociência. Percebe-se que na atualidade as emoções desempenham papel fundamental na cognição.
Assim, partindo da premissa, que no trabalho educacional não existe uma aprendizagem meramente cognitiva ou racional, pois os alunos não deixam os aspectos afetivos que compõe sua personalidade: sentimentos e afeto, fora da sala de aula, entende-se que ―pensar e sentir são ações indissociáveis‖, conforme Arantes (2002)3.
Diante deste fato surgem as perguntas:
3 ARANTES, Valéria Amorim. Afetividade e Cognição: Rompendo a Dicotomia na educação. Publicado originalmente em OLIVEIRA, M. K ; TRENTO, D.; REGO, T. (org). Psicologia, Educação e as temáticas da vida contemporânea. São Paulo: Moderna, 2002.
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— Quais as relações da afetividade na aprendizagem escolar? — O que pode ser feito enquanto escola para favorecer o desenvolvimento harmonioso entre afetividade / emoções e aprendizagem? Assim faz-se necessário: refletir sobre os temas da cognição, aprendizagem, emoção e afetividade, transpondo-os para o cotidiano do trabalho escolar; contextualizar historicamente o tema proposto, como forma de melhor compreender o assunto. Também é preciso como educador, tentar resgatar o papel da afetividade no desenvolvimento da criança em sua relação com a aprendizagem em suas variadas faces.
2. CONSIDERAÇÕES SOBRE: AFETIVIDADE / EMOÇÃO E APRENDIZAGEM / COGNIÇÃO
Para se discutir a relação, ou implicações existentes entre a afetividade e aprendizagem, torna-se necessário algumas considerações a respeito dos termos seguintes:
2.1. Afetividade
Ferreira (1999) designa o termo como sendo ―conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam em forma de emoções, sentimentos, paixões, acompanhadas sempre de impressão de prazer, de satisfação ou insatisfação, agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza‖.
2.2. Emoção
Emoção (do Latim emovere, significando movimentar, deslocar) é, como sua própria etimologia sugere, a reação manifesta frente àquelas condições afetivas que, pela sua intensidade, mobilizam-nos para algum tipo de ação.
Palavra tão comum e tão usada no cotidiano. Almeida (1999) ressalta que a emoção envolve, ao mesmo tempo, o aspecto fisiológico e o comportamento social. E comentando Wallon4, diz que: ―as emoções são reações organizadas‖, um sistema
4 WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1968.
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de atitudes, que depende do temperamento e dos hábitos dos indivíduos, cujo aparecimento ocorre no hipotálamo, que é a estrutura organizadora focal do comportamento emocional e o sistema límbico atua como o centro mediador do processo.
2.3. Cognição
Etimologicamente o termo é definido como a faculdade ou ato de conhecer. Mas conforme Camargo (2004) temos esta idéia ampliada:
Cognição compreende também, entre outros aspectos o aprender, o formular uma idéia de algo e entender por todos os meios disponíveis, acrescentando que o conceito de cognição está sendo redefinido no sentido de ter a emoção como parte integrante. Pois a memória, a percepção ou a capacidade de resolver problemas desenvolvem-se de forma inter-relacionada às emoções e sentimentos, expressando-se como um sistema global.(CAMARGO, 2004)
2.4. Aprendizagem
Sabe-se que o indivíduo está constantemente aprendendo e diversos autores desenvolveram conceitos para aprendizagem:
Segundo Camargo (2004) pode-se considerar aprendizagem como
um conjunto de determinadas atividades cuja realização conduz o aluno a novos conhecimentos e hábitos ou proporciona novas qualidades ao já conhecido. É uma atividade por natureza social. Realiza-se por meio de instrumentos sociais e desenvolve-se mediante a cooperação e a comunicação. Nos animais o aprendizado se dá principalmente pela experiência biológica determinada geneticamente. No homem, além das condições biológicas, ele se dá a partir da assimilação da prática histórico-social, da experiência da humanidade. É este tipo de experiência, mediada pelos outros (adultos e crianças mais velhas) que possibilita à criança a apropriação e transformação da cultura, impulsionando o seu desenvolvimento.
3. DUALISMO HISTÓRICO ENTRE EMOÇÃO E COGNIÇÃO
Com um olhar mais profundo ao longo de toda a história podemos observar com melhor inteireza como este conceito era entendido e como foi sendo repensado e reconstruído na medida em que novos estudos foram sendo realizados. Sim,
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durante muito tempo este dualismo manteve distantes este tema de fundamental importância a todo educador e educando.
Platão, grande filósofo grego, contribuiu para a dicotomia entre as emoções e os pensamentos, pois considerava o pensamento como uma virtude, um valor universal, que devia ser valorizado e desenvolvido frente às paixões e prazeres humanos. Para Aristóteles, pensador grego, emoções eram paixões ou afetos, que sob a perspectiva ética, eram uma forte crença moral sobre como as pessoas deveriam se comportar. Em sua obra Retórica das Paixões, Aristóteles discorre: ―As paixões são todos aqueles sentimentos que causam mudanças nas pessoas, fazem variar seu julgamento e são segmentos de tristeza e prazer, como a cólera, a piedade, o temor e outras paixões análogas, assim como seus contrários.‖ Descarte, filósofo francês renascentista, também apoiava o pensamento grego, o dualismo entre a razão e a emoção. A famosa frase de Descartes, ―penso logo existo‖, também está em conformidade com os pensadores da Grécia Antiga, elevando o pensamento em detrimento das emoções. Estes pensadores colocam o pensamento num patamar de maior importância. (CAMARGO, 2004)
E, conforme Camargo (2004), na Idade Média, não houve avanços e novas idéias sobre o homem e suas emoções. A filosofia cristã impediu seu desenvolvimento. A igreja impedia a disseminação do conhecimento e novas idéias, confinando-os aos mosteiros.
Somente a partir do Renascimento, séc. (XVI, XVII e XVIII) com o desenvolvimento do comércio, da ciência e das artes, sentiu-se a necessidade de estudo sobre as emoções do homem.
Século XVII, Spinozza, filósofo holandês também deixou sua contribuição neste cenário, colocou em discussão aspectos importantes que continuam o debate atual: a superação da dicotomia do corpo e da alma, a emoção como modificadora do corpo, a interpretação das modificações corporais, a construção da representação das imagens destas modificações, a emoção como força interna motivadora da atividade e a relação do homem com o mundo como uma relação afetiva.
Em seguida encontramos, David Hume dando continuidade as idéias de Spinoza, assim o século XVIII, proporcionou também novos estudos referentes à vida emocional. O século termina com Kant, demonstrando que o sentimento não pode reduzir-se a processos intelectuais, mas tem suas peculiaridades.
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Já no início do século XIX, a vida emocional, começa a ser denominada cientificamente e os sentimentos são colocados no âmbito da inteligência e da vontade. Na segunda metade deste século, quando a Psicologia passa a ser reconhecida como ciência independente, aparecem também os primeiros estudos científicos dos sentimentos e das emoções.
Ao longo do século XX, a emoção segue sendo estudada, por diversos filósofos, psicólogos e educadores, como forma de respostas a tarefas práticas, como as da educação e as da terapia para a solução dos problemas psicológicos.
Camargo (2004) destaca que Dewey desenvolveu uma teoria, no início do século XX, ressaltando que o fazer e sentir são experiências significativas para o desenvolvimento da inteligência. Aplicou essa teoria à Educação, chamando a atenção para a necessidade de se educar a criança como ser integral. O dualismo envolvendo emoção e cognição segue sendo discorrido por diversos grupos de pesquisadores. Nota-se aqui que apesar das diversas teorias divergirem-se entre si, novos aspectos começam a ser considerados, como fatores importantes neste dualismo entre cognição e emoção. Assim, vários teóricos discorrem sobre a importância da emoção para a aprendizagem.
Não existe dicotomia entre emoção e pensamento. Para ele emoção é a orientadora do pensamento, sua razão de ser, sendo entendida como motivação e não como explicação para as reações corporais. O inverso também pode ocorrer, isto é, a influência do pensamento sobre a emoção e a vontade. E segundo esta autora, a maioria das teorias aceitas são as que compreendem a emoção e a cognição como sendo inseparáveis e interdependentes. Com isso podemos perceber e constatar a evolução sobre o papel da emoção e sua relação com a aprendizagem. (CAMARGO, 2004)
4. TEORIAS: EMOÇÃO / AFETIVIDADE X COGNIÇÃO / APRENDIZAGEM
Existem algumas teorias, de diversos autores, tratando deste assunto: as relações da afetividade na aprendizagem escolar. Algumas das quais consideraremos nas linhas seguintes visando à ampliação desta questão tão importante no processo ensino-aprendizagem.
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A afetividade aparece muito cedo na vida do indivíduo, suas primeiras reações são de cunho a estabelecer vínculos com o mundo externo a que se encontra inserido. Em Piaget (1972) encontramos a teoria de que o desenvolvimento da afetividade se dá em seis fases, juntamente com o fator cognitivo. As três primeiras fases se referem ao recém nascido e ao lactante. Estágio em que antecede a linguagem e aparecem as primeiras manifestações emotivas. O quarto estágio vem com o aparecimento da linguagem e se estabelece os sentimentos de moralidade. O quinto estágio é marcado pelo início da fase escolar, quando a afetividade passa por profundas transformações, a criança torna-se capaz de cooperar com compreensão dos pontos de vista de outros. O sexto estágio da afetividade vem com o desenvolvimento do pensamento formal e o amadurecimento das funções sexuais. Aqui o indivíduo afirma sua vida afetiva pela conquista da personalidade e inserção no mundo dos adultos. Realmente é preciso dedicar tempo a desenvolver projetos contínuos onde a ênfase conjunta entre cognição e afetividade, esteja sempre presente nas escolas, principalmente em idade primordial, quando as crianças estão absorvendo tudo que lhe é possível de uma maneira ou de outra, cristalizando assim sua personalidade, pois segundo Piaget (1977), ―a afetividade impulsiona o desenvolvimento cognitivo e se fortalece com as estruturas construídas e a direção da atividade intelectual. O desenvolvimento afetivo tende a uma maior equilibração com o aumento da idade‖. As crianças estão dia a dia se deparando com novas situações de aprendizagem cognitiva, afetivo-emocional e social. Cabe aos educadores envolvidos, sejam eles pais, professores ou qualquer pessoa envolvida direta ou indiretamente com o desenvolvimento infanto-juvenil, ter a sensibilidade e real interesse em buscar maneiras de assim, contribuir positivamente nesta aprendizagem que lhe será importante por toda a vida. É importante salientar que ―a afetividade constitui a mola das ações e impulsiona cada nova etapa, pois é a afetividade que atribui valor às atividades e regula a energia. Mas a afetividade não é nada sem a inteligência, que lhes fornece os meios e esclarece os fins.‖ (PIAGET, 1989).
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Ainda em relação à origem da afetividade, Camargo (2004), cita os autores René Zazzo e Maurice Malrieu5, que trazem a teoria de que [...] as primeiras reações do indivíduo não podem ser consideradas apenas orgânicas (motoras, nutritivas...) existe também a relação com o mundo, com o outro, de laços afetivos e sociais. Um recém-nascido, por exemplo, contém em si algo mais, suas necessidades biológicas, suas reações anunciam o desenvolvimento psíquico da comunicação com o outro. O que chamam de A vinculação do indivíduo com o outro. O jogo complexo das emoções se modifica a medida que os desejos do recém-nascido são ou não realizados, levando-o a novas emoções e vinculação com o mundo exterior.
Assim constata-se que muito antes que o indivíduo possa falar a emoção está presente, permeando suas reações a partir de sua interação com o meio. Vejamos como Wallon6, citado por Camargo (2004) expressa esta idéia: O que caracteriza este início de vida é indiferenciação, para o recém-nascido não existe individualidade psíquica. Os estímulos externos e internos se confundem e ele não se diferencia do outro. Ao exteriorizar sua satisfação ou insatisfação em gestos, choros, gritos, alívio, sorrisos... Respondidos pelas pessoas que dele cuidam é o que vão lhe conferindo sentido a estes gestos. Os bebês compartilham experiências emocionais com os outros, sorriem quando vêem a mãe sorrir, modifica a expressão quando vêem as expressões de tristeza.
Almeida (1999) ao mencionar Wallon7 acrescenta que ―as emoções unem a criança ao meio social e que estas antecipam a intenção e o raciocínio‖.
E conforme Camargo (2004) é a partir da emoção que outras funções se desenvolverão: a função simbólica, intelectual e as condutas sociais. Enquanto, para os adultos a emoção possa causar desconfortos, por causar desordem à razão, para a criança pequena é fator de ordem – meio de comunicação. Complementando ainda, com Wallon8, ―Pois ela, a emoção, pode ser a forma primeira e pragmática de compreensão‖.
5 MALRIEU, Ph. A vinculação. in: Zazzo, P. (org.) A vinculação"attachement". Lisboa: Coleção Educação e Reabilitação, Socicultur Divulgação Cultural, 1974. ZAZZO, R. A vinculação "attachement". Lisboa, Coleção Educação e Reabilitação: Socicultur Divulgação Cultural, 1974. 6 WALLON, H. Origens do caráter na criança. São Paulo: Editora Nova Alexandria, 1995. 7 WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1968. 8 WALLON, H. Origens do caráter na criança. São Paulo: Editora Nova Alexandria, 1995.
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Diferentemente do que se acreditava a princípio o que percebemos agora é uma intrínseca interdependência entre ambas as partes: cognição - aprendizagem e emoção - afetividade. Camargo (2004) nos confirma isso da seguinte forma:
Ao longo da vida as emoções se transformam, entram em relação com outras funções e passam a se expressar junto ou por meio delas. Funções como linguagem, memória, percepção e atenção estão carregadas de emoções, mesmo que às vezes pareça imperceptível. Nas relações interpessoais, a criança está internalizando significados afetivos e morais que vão construindo sua configuração psíquica e sua identidade. As relações cotidianas da criança, como as do adulto garantem a evolução e a partilha da alegria, da cólera, do medo, da surpresa ou da tristeza. No princípio a emoção é persistente e dominadora sobre o comportamento, por emergirem de forma imediata sem passarem pela intermediação do sistema nervoso central, que é controlado pelo cérebro. Com o surgimento da linguagem, de formas mais adaptadas de comportamento e com a aquisição da linguagem interna a emoção é mediada e sua expressão é modificada. Isso acontece devido a sua interação com o meio em que está inserido e assim em vez de a emoção dominar o comportamento o que prevalece é a complexa relação que vai se estabelecendo entre a emoção e as outras funções psicológicas.
5. CONSIDERAÇÕES NA ATUALIDADE: AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM
Quem como educador, professor ou partes envolvidas ainda não se deparou com situações extremamente delicadas de dificuldades de aprendizagem em alunos determinados? Com certeza, todos já nos deparamos com situações como esta, onde o aluno não apresenta nenhuma restrição cognitiva para o aprender mas não corresponde as expectativas. Isso tem se tornado um desafio a cada ano para os professores, a aprendizagem emocional, pois a sociedade está doentia. É fato comprovado que a maioria dos alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem a causa principal é de ordem emocional. Camargo (2004) afirma que:
Estes alunos não apresentam nenhum comprometimento neurológico, mas mesmo assim não aprendem. São alunos que se esforçam e sofrem, sentem-se angustiados por não conseguirem. A fuga da atividade a ser realizada, os devaneios, podem ser uma das maneiras de evitar novos momentos de angústia. A repetição destas situações gera no aluno instabilidade e sentimentos de insegurança, ansiedade e baixa auto-estima.
Assim, Camargo (2004), com base em seus estudos, reforça a idéia de que a emoção está presente em todas as etapas da aprendizagem. É ela, a emoção que motiva o aluno para a aprendizagem ou o desmotiva também:
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A linguagem sendo essência e base do desenvolvimento cognitivo, muitas vezes, geralmente, encontra-se prejudicada nos alunos com comprometimento emocional, lembrando que é a linguagem que permite ao aluno, entre outras funções, o planejar, perceber a realidade e regular atividades. Ao comentar Goleman, acrescenta que alunos que apresentam estados emocionais de ansiedade, depressivo ou zangados, não processam as informações por completo por não conseguirem a concentração necessária e devido a isso não aprendem.
Como ser humano integral, o aluno necessita desenvolver-se integralmente, caso isso não aconteça, barreiras serão levantadas impossibilitando-o de continuar progredindo conforme suas habilidades e capacidades. Antunes (1937) renomado educador coloca nesta ciranda não somente os professores e seus respectivos alunos, mas numa integração, sobretudo importante, ao mencionar a ação familiar junto a estes a ação de educar, ao declarar:
Assim como é possível uma criança aprender valores e virtudes, ao desenvolver sua afetividade, é igualmente possível tornarmo-nos melhores pais e professores; para isso basta substituirmos a arrogância de imaginar que sabemos tudo pela fragilidade de descobrir que a cada instante aprendemos mais e que a cada passo podemos nos reconstruir. (ANTUNES, 1937)
Diante destes fatos, surgem as perguntas pertinentes: o que se pode fazer enquanto educador para facilitar este processo de ensino-aprendizagem? Como agir frente a alunos ou crianças tão diferentes, de modo a atender suas necessidades afetivo-emocional e cognitiva, satisfatoriamente? Como auxiliar os pais nesta tarefa tão sublime de educar uma criança, preparando-a emocionalmente para a aprendizagem em todas as esferas do conhecimento? São perguntas que todo Educador comprometido procuraria fazer a cada momento, uma vez que a reposta depende de cada situação e estas são realmente diversas. E sem dúvidas, muitas respostas e outras perguntas ainda serão levantadas.
6. DESENVOLVENDO A AFETIVIDADE
Com a intenção de somar experiências, contribuindo assim com as práticas e intervenções já realizadas, apresentam-se algumas idéias de autores diversos, colocando não respostas prontas para estas perguntas, mas maneiras de refletir sobre a prática Pedagógica em si.
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Considerando que o desenvolvimento cognitivo já tem sido a tônica nas Instituições de Ensino, no momento os olhares volvem-se ao fator afetivo-emocional. Uma vez que o desenvolvimento deste em harmonia às áreas do conhecimento favorecerá a aprendizagem escolar e a criança conseqüentemente sentir-se-á mais feliz e segura ao ver seus progressos e bom desempenho, favorecendo assim e muito sua auto-estima.
Com os estudos neurológicos e as experiências comportamentais de que se pode aprender a administrar os estados emocionais, sobretudo depois de Goleman, em Harvard, tornou-se uma verdadeira ―febre‖ a alfabetização emocional. Sobre isto, Antunes (2002) é dos defensores da alfabetização emocional no currículo. Para ele todas as relações – familiares, profissionais ou pessoais - devem ser permeadas pela afetividade, em qualquer idade ou nível sócio-cultural.
[...] a educação de capacidades emocionais é plenamente possível, altamente satisfatória e realmente deve ser tentada em toda escola de qualquer parte, não porque está na moda e sim porque essa moda vale a pena. E felizmente não existe nenhum programa oficial para este fim, o bom programa é sempre aquele inspirado nos anseios dos alunos, em suas necessidades emocionais, no envolvimento interpessoal com seu meio social. É importante que o aluno de 12 anos ou mais descubra, através de estudos de caso que se reflete em seu eu, que o âmbito de nossos desejos é sempre maior do que ―somos‖ do que ―podemos‖ e do que ―devemos‖ e que viver consiste em buscar essa difícil conciliação. (ANTUNES, 2002)
Como seria então esta aula de alfabetização emocional? Quem estaria capacitado a ministrá-la? Com certeza os professores, especialmente, aqueles que estão em contato com as séries iniciais, tem em suas mãos excelentes oportunidades de propiciar aos seus alunos verdadeiros momentos durante suas aulas para a alfabetização emocional a cada dia. Mas como todo educador, é também um eterno aprendiz da maravilhosa arte de educar para a vida, em todas as suas áreas.
[...] uma ―aula‖ de capacitação emocional é um intenso debate - e, se possível apaixonado - sobre um tema, organizado por meio de uma dinâmica de grupo previamente definida, em que o professor é um desafiador de idéias, um condutor de pensamentos, um organizador de reflexões. Usando como elemento excitador das idéias o jogo operacional escolhido, o estudo de caso selecionado, os diálogos com argumentação e contra-argumentação frente ao item programático que se quer desenvolver, cabe a esse professor-capacitador suscitar discussões, desenvolver idéias, buscar consensos, estimular a troca de experiências, dar e tirar a palavra, conduzir o debate na direção dos fundamentos filosóficos que se pretende
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estabelecer e, passo a passo construir vivências coletivas a partir das experiências individuais. (ANTUNES, 2002)
Camargo (2004) destaca que
durante muito tempo as deficiências da linguagem e fala, percepção visual, memória, atenção e raciocínio foram responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem. Para apoiar o desenvolvimento destas habilidades, indicava-se, com muita freqüência a intervenção terapêutica.
E acrescenta,
mas, se fizer como os especialistas da atualidade, considerando a emoção como fator determinante e influente neste processo de ensinar e aprender passar-se-á a utilizá-la como ferramenta e meio de se chegar ao objetivo da aprendizagem em si. (CAMARGO, 2004)
Naturalmente, essa tarefa não é fácil para o professor, que muitas vezes não se sente preparado para lidar com determinadas situações que possam aparecer. Vimos que a emoção pode motivar o aluno positivamente ou desmotivá-lo em relação à aprendizagem. Assim, Camargo (2004) afirma que:
É fundamental para o educador, identificar o que motiva o seu aluno para a aprendizagem, (terminar uma atividade dirigida para ir logo brincar, não ser repreendido, ser elogiado, ser valorizado por algo...). Pois em qualquer tipo de atividade é a criança que se encontra ali, totalmente envolvida, emoção e cognição são internalizadas pelas experiências e fundidas na construção da identidade. A dose adequada de emoção, ou nível, também é importante para a aprendizagem. Existem pesquisas demonstrando que um nível por demais elevado de emoção faz declinar o desempenho e que um nível leve tende a produzir atenção e interesse pela situação de aprendizagem.
Se refletirmos um pouco sobre a fase escolar, chegaremos à conclusão que os momentos e situações mais significativas, de intensa aprendizagem foram justamente as que trouxeram consigo grandes doses de emoção de ordem positiva, como também, as situações de grandes doses de emoção de ordem negativa travaram a aprendizagem que se esperava. Isso acontece porque registramos de maneira eficaz, as situações onde a emoção está inteiramente envolvida. Quando então, dizemos que esse ou aquele professor foi marcante, que é um ótimo professor, percebe-se também que este ou aquele professor soube envolver a nossa emoção em sua aula e isso fez toda a diferença no ensino aprendizagem. Vale então aqui, buscar experiências significativas, atualizar-se, reconstruir uma nova maneira de ensinar, mais completa para todos. E, segundo Cury (2003) estas são
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algumas implicações da relação entre emoção e a aprendizagem efetiva que ele chama de registro da memória:
Ensinar a matéria estimulando a emoção dos alunos desacelera o pensamento, melhora a concentração e produz um registro privilegiado. Professores e pais que não provocam a emoção dos jovens e crianças não educam, apenas informam. Dar conselhos e orientações sem emoção não gera ―momentos educacionais‖ no mercado da memória. Pequenos gestos que geram intensa emoção podem influenciar mais a formação da personalidade das crianças do que gritos e pressões. (CURY, 2003)
Sem dúvida, a aprendizagem é o objetivo principal de todos. E pode-se facilitar esse processo estando atento a algumas implicações relacionadas às emoções e afetividade.
A memória humana não está disponível quando queremos. Quem determina a abertura dos arquivos da memória é a energia emocional que vivemos a cada momento. O medo, a ansiedade e o stress travam os arquivos da memória e bloqueiam os pensamentos. A tranqüilidade abre as janelas da memória e leva as pessoas a serem mais eficientes num concurso ou numa reunião de trabalho. A ansiedade pode comprometer o desempenho intelectual. Alunos bem preparados podem ir pessimamente numa prova se estiverem nervosos e uma pessoa nervosa está apta para agir instintivamente e não para aprender. Para ajudar ou corrigir uma pessoa tensa, devemos primeiro conquistar sua emoção para depois conquistar sua razão. (CURY 2003)
6.1. TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS
Certamente estas ou algumas destas estratégias já foram utilizadas uma ou outra vez por muitos educadores, mas agora se buscou colocá-las em consenso com o pensar de Cury (2003), cientista que estuda o funcionamento da mente humana, ―as técnicas envolverão mudanças no ambiente social e psíquico dos alunos e dos professores, objetivando a educação da emoção [...]‖.
6.1.1. Música ambiente em sala de aula
Como forma de desacelerar o pensamento, aliviar a ansiedade, melhorar a concentração, desenvolver o prazer de aprender, educar a emoção.
A música ambiente suave deveria ser usada desde a mais tenra idade, na sala de casa ou na sala de aula. Seus efeitos são espetaculares, relaxam os mestres e animam os alunos. Os jovens amam música agitada porque seus pensamentos e emoções são agitados, mas um curto tempo de
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aproximadamente 6 meses ouvindo música tranqüila tem a emoção treinada e tranqüilizada. (CURY, 2003)
6.1.2. Sentar em círculo ou em U
Tem como objetivo desenvolver a segurança, promover a educação participativa, melhorar a concentração, diminuir conflitos em sala de aula, diminuir conversas paralelas. ―Os educadores são escultores da emoção. Eduquem olhando nos olhos, com gestos, eles falam tanto quanto as palavras‖. (CURY, 2003)
6.1.3. Exposição interrogada, a arte da interrogação
Nesta técnica o professor nunca dá as respostas prontas e acabadas. Mas sempre instiga seus alunos a questionarem em todo momento oportuno.
Este tipo de estratégia gera o estresse positivo e esse estresse abre as janelas da inteligência. Também conquista primeiro o território da emoção, depois o palco da lógica e em terceiro o solo da memória. Os alunos ficam supermotivados e se tornam questionadores. Treine fazer pelo menos dez questionamentos a cada aula. (CURY, 2003)
6.1.4. Exposição dialogada, a arte da pergunta
É preciso incentivar os alunos a perderem o medo de perguntar. Segundo Cury (2003) depois de um ano enfatizando esta técnica os alunos perdem o medo de se expressar e aprendem a discutir idéias.
6.1.5. Ser contador de histórias
Desenvolve a criatividade, educa a emoção estimula a sabedoria, enriquece a socialização. Cury (2003) afirma que esta ―é a melhor forma de resolver conflitos em sala de aula. Contar histórias fisga o pensamento e estimula a análise‖.
6.1.6. Humanizar o conhecimento
Cultiva a criatividade, forma pensadores, estimula a ousadia, promove a perspicácia, expandi a capacidade crítica. E segundo Cury (2003) de 10 a 20 % de
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cada aula deveriam se utilizados pelos professores para resgatar a história dos cientistas referentes à sua disciplina.
6.1.7. Humanizar o professor, cruzar sua história
Tendo como objetivo desenvolver a socialização, estimular a afetividade, valorizar o ser, estimular a sabedoria, superar conflitos.
Encontre algumas janelas dentro da aula para falar por alguns minutos sobre os problemas, metas, fracassos e sucessos que tiveram na vida. Assim vocês educarão a emoção e seus alunos irão amá-los, eles o identificaram com a matéria ensinada, terão apreço por suas aulas. (CURY, 2003)
6.1.8. Educar a auto-estima, elogiar antes de criticar
O elogio alivia as feridas da alma, educa a emoção e auto-estima. Elogiar é encorajar e realçar as características positivas. O elogio estimula o prazer e o prazer abre as janelas da memória. Primeiro deve-se elogiar para depois criticar, isso o preparará a refletir sobre sua falha. Criticar sem antes elogiar obstrui a inteligência, leva o jovem a reagir por instinto, como um animal ameaçado. (CURY, 2003)
6.1.9. Gerenciar os pensamentos e as emoções
A tarefa mais importante da educação é transformar o ser humano em líder de si mesmo, líder de seus pensamentos e emoções. É preciso ensinar as crianças e adolescentes a criticar as suas próprias idéias negativas, a virar a mesa contra os seus medos, a enfrentar as suas magoas e timidez. Esta é uma das mais importantes descobertas da ciência atual e com grande aplicabilidade na educação e na psicologia. (CURY, 2003)
6.1.10. Participar de projetos sociais
“Se os engajarmos em projetos sócias, suas vidas darão uma guinada. A emoção será estruturada, o pensamento aquietado, e aprenderão à importância de servir‖. (CURY, 2003)
Há ainda muitas outras estratégias a se utilizar que fará com que educando e educadores, juntos encontrem respostas às suas inquietações e necessidades afetivas e cognitivas. Também outros autores que podem contribuir neste sentido, pois o assunto é muito amplo para se encerrar aqui. Muito já foi dito, e a sede pelo
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saber e o melhor servir ao semelhante fará com que continuemos buscando em outros autores como os que se sugere a seguir.
Antunes (1937) traz uma leitura recheada de suas experiências, alguns segredinhos para fazer do afeto ações que facilitem a aprendizagem como um todo. Dentre estas se destaca a importância de incentivar a criança a desenvolver suas habilidades sócio-afetivas. Habilidades como: escutar, iniciar e manter uma conversa, fazer perguntas, agradecer, cumprimentar uma pessoa, apresentar-se, pedir ajuda, dar e seguir instruções, pedir desculpas, argumentar, conhecer seus próprios sentimentos, expressar suas emoções, entender e saber lidar com os sentimentos dos outros, expressar afeição, compartilhar, pedir permissão, defender seus argumentos, dizer não, manter equilíbrio em uma derrota, ser leal, lidar com a contradição, decidir sobre algo a fazer estabelecer um objetivo e outros que surgirem no decorrer do processo.
Estas habilidades não constituem comportamentos inatos e, portanto se não aprendidas no lar e na escola, transformam-se quase sempre em experiências frustrantes de infinitos ensaios e erros. Uma boa educação transforma cada um desses itens em um pequeno projeto e define objetivos para sua concretização e avaliação, prioriza sempre o exemplo em detrimento do conselho, o ensaio da prática persistente e da experiência vivenciada às ―broncas‖ e ao comodismo ―do deixa estar se eu não fizer a escola fará‖. (ANTUNES, 1937)
Sobre os educadores, pais e professores e demais envolvidos recaem esta solene responsabilidade, educar jovens no seu mais completo significado. Cabe-lhes agora com dedicação alcançar a cada dia melhor grau de excelência em educar sabendo o que se quer alcançar, com coragem e determinação.
7. CONCLUSÃO
Após séculos e séculos em que se discorreu sobre a dicotomia entre afetividade e aprendizagem cognitiva, percebe-se como o conhecimento está em contínuo progresso. Todos os questionamento e dúvidas levantadas pelos filósofos e estudiosos do assunto foram de extrema importância e valia, pois contribuíram em maior ou menor grau para que se chegasse ao que tem se hoje em termos de compreensão sobre o que envolve a aprendizagem em suas variadas faces, sobretudo, afetivo-emocional e cognitiva.
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Nos trabalhos e estudos produzidos e experiência dos pelos autores aqui apresentados nota-se com clareza a profunda relação existente entre termos tão discutidos. Afetividade e aprendizagem cognitiva, ambos se completam, facilitando o ensino-aprendizagem e favorecendo o desenvolvimento integrado do ser humano.
Uma educação que privilegia o desenvolvimento do aspecto cognitivo em detrimento do aspecto afetivo realiza-se de forma incompleta, estará formando seres incompletos, que mesmo alcançando sucesso na área em que se dedicar, terão dificuldades em gerenciar a si mesmo, emocionalmente.
Em contrapartida, pode-se primar por uma educação que em se currículo, privilegia o desenvolvimento harmônico entre ambas as partes, aprendizagem / cognição e afetividade / emoção. Esta favorecerá a formação de um indivíduo mais feliz e completo, pois será um líder de si mesmo, capaz de tomar decisões bem pensadas, responsáveis e será capaz de em meio aos obstáculos encontrar as soluções sem angustiar-se e desesperar-se. Este indivíduo terá tranqüilidade, perseverança e iniciativa e isso fará a diferença em tudo o que realizar.
Enquanto educadores, como professores ou pais, temos em nossas mãos cada dia uma nova chance de fazer o nosso melhor neste sentido. Em nossas salas de aula há dezenas de possibilidades de aprendizagem, nas mais variadas formas, que ao serem bem direcionadas ensinarão valiosas lições, se estiverem recheadas de conteúdo afetivo-emocional. Pois, conforme Cury (2003), ―é exatamente este conteúdo que gerará fortes impressões na memória possibilitando que este aprendizado permaneça de fato‖.
Há ainda muitas leituras que poderão ser feitas a este respeito. Outros trabalhos poderão acrescentar mais esclarecimento, com outras estratégias e técnicas que abordem experiências já realizadas.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas, São Paulo: Papirus, 1999. 112 p.
ANTUNES, Celso. A linguagem do afeto. Como ensinar valores e transmitir valores. Campinas, São Paulo: Papirus, 1937.
_____. Novas maneiras de ensinar. Novas formas de aprender. Porto Alegre: Artmed, 2002.
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ARANTES, Valéria Amorim. Afetividade e Cognição: Rompendo a Dicotomia na educação. Disponível em:
BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
CAMARGO, Denise de. As emoções e a escola. Curitiba: Travessa dos Editores, 2004. 193 p.
CURY, Augusto. Pais Brilhantes. Professores Fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
FERREIRA, A. B. H. Novo Aurélio XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. 3 Ed. Totalmente revista e ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
PIAGET, Jean. A Representação do Mundo na Criança. São Paulo: Melhoramentos, 1977.
_____. Os Estágios do Desenvolvimento Intelectual da Criança e do Adolescente. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
_____. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989.
São poucos os professores que realmente estão empenhados em fornecer uma educação de qualidade aos pequeninos,temos excelentes referências em pedagogia que valoriza a essência das crianças e acredito que atráves de seminários de educação formaremos educadores ao nível "escritores da liberdade" com a mesma ousadia,só assim quebraremos a barreira da "ignorância" fabricada pelo poder público que não tem interesse em investir na qualidade de ensino remetendo a responsabilidade aos professores, mal remunerrados e com uma carga exessiva de funções que terminam em stress não pelo salário baixo,mas sim pelo desinteresse dos mesmos.Temos excelentes refrências em pedagogia que emana muita força para que continuemos essa àrdua caminhada compartilhada com amor,direitos e respeito às crianças.
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